A Câmara Municipal de Barcelos comemora o Dia Mundial do Livro com uma série de iniciativas que pretendem incentivar o gosto pela leitura e combater a iliteracia. O programa inicia-se no dia 21 de abril, sábado, pelas 21h30 horas, na Biblioteca Municipal, com a apresentação do romance “A Essência da Morte” do jovem escritor barcelense Filipe Lima, aluno do Colégio Didálvi.

No dia 23 de abril, dia em que se comemora a efeméride, a Biblioteca Municipal funcionará ininterruptamente, isto é, estará aberta ao público das 9h30 horas até às 24 horas. Nesse mesmo dia, o escritor Fernando Pinheiro deslocar-se-á à Escola de Tecnologia e Gestão para falar da sua obra, em prosa e poesia. À noite, pelas 21h00, na Biblioteca Municipal, realiza-se o recital de poesia “Pequenos Grandes Poetas”. Trata-se do resultado de um concurso com o mesmo nome em que participaram as escolas do pré-escolar, 1º, 2º e 3º ciclos do ensino básico e ensino secundário.

No dia 24 de abril, também na Biblioteca Municipal, pelas 10h30 horas, será levada à cena, a peça “A Menina do Mar” (baseado na obra de Sofia de Mello Breyner Andersen) pelo grupo de teatro da Associação de Pais e Amigos das Crianças Inadaptadas (APACI).

No dia 27 de abril, ainda na Biblioteca Municipal, às 10h30, será levada à cena a peça de teatro “Falar Verdade a Mentir” de Almeida Garret, pelo grupo de teatro da Escola Secundária de Barcelos que repetirá às 21h30 horas, sendo ainda representado o “Auto da Barca do Inferno” de Gil Vicente. O mesmo grupo levará à cena, nesse dia, pelas 14h30 horas, a peça “Branca de Neve.

O “Dia Mundial do Livro e dos Direitos de Autor” é comemorado, desde 1996 e por decisão da UNESCO, a 23 de abril, dia de São Jorge. Esta data foi escolhida para honrar a velha tradição catalã, segundo a qual, neste dia, os cavaleiros oferecem às suas damas uma Rosa Vermelha de São Jorge (Saint Jordi) e recebem em troca um livro. Mais recentemente, a troca de uma rosa por um livro tornou-se uma tradição em vários países do mundo. Em simultâneo, é prestada homenagem à obra de grandes escritores, como Shakespeare e Cevantes, falecidos exactamente a 23 de abril.

Uma exposição documental e iconográfica intitulada “O Amadis de Gaula Cavaleiro Medieval” pode ser vista até ao final do mês do abril, no átrio da Biblioteca Municipal. Simultaneamente são apresentadas umas recreações iconográficas do herói e da época da pintora Leonor Sousa Pereira.

A exposição foi organizada pelo Dr. José Vale Figueiredo, escritor e investigador e Delegado no Norte da Sociedade Histórica da Independência de Portugal, para comemorar os 500 anos da edição do livro “O Amadis de Aula”, de Vasco de Lobeira.

Pode ser visitada, de segunda a sexta-feira, das 9.30 às 18 horas e aos sábados, das 9.30 às 12.30 horas.

No dia 20 de março, a Biblioteca Municipal de Barcelos e as Bibliotecas Escolares do concelho juntaram-se numa iniciativa com o objetivo de sensibilizar as pessoas para a situação de Liu Xiaobo, prémio Nobel da Paz de 2010, e ativista de direitos humanos. A iniciativa consistiu em sessões de leituras de poemas e textos de Liu Xiaobo.

Biblioteca Municipal de Barcelos
Escola Secundária de Barcelinhos apelou à libertação de Liu Xiaobo

Mais de cem pessoas, entre bibliotecários, professores bibliotecários, professores e animadores culturais, participaram no II Encontro de Bibliotecas Escolares que se realizou na Biblioteca Municipal de Barcelos, nos dia 9 e 10 de março.

Subordinado ao tema “Bibliotecas em Linh@: Informação, Tecnologia, Novas Leituras”, o encontro foi aberto pelo Presidente da Câmara Municipal de Barcelos. Miguel Costa Gomes salientou o forte investimento que o município tem feito no sector da educação, destacando o apoio às vinte e cinco bibliotecas escolares concelhias.

No dia 9 realizaram-se quatro painéis. O primeiro, subordinado ao tema “Leitura sem fronteiras: da biblioteca ao leitor”, teve a participação de Manuela Barreto Nunes, da Universidade Portucalense, que falou da importância de se conhecerem as práticas de literacia digital dos adolescentes para uma melhor promoção da leitura nas bibliotecas. Destacando que a literacia digital é uma forma específica de pensar e agir face à informação, citou, como exemplo das várias maneiras de ler, o caso de Arnau, um jovem catalão que afirmava de si próprio: “Apesar de não ler, sei que sou esperto”, pois manuseava as novas tecnologias como ninguém. Por sua vez, Isabel Costa mostrou como se faz a promoção da leitura e da literacia, desde os jovens aos seniores, na Biblioteca Municipal que dirige, a de Valença. O segundo painel subordinado ao tema “(In)formação e Novos Ambientes de Aprendizagem” teve a participação de Luís Borges Gouveia, da Universidade Fernando Pessoa, que falou como se deve tirar partido do digital, dos computadores e das redes para melhorar a qualidade de vida das pessoas e das organizações, designadamente das bibliotecas. Por sua vez, Pedro Príncipe, dos Serviços de Documentação da Universidade do Minho, falou dos Projectos Open Acess, isto é, das ferramentas de web social nas bibliotecas e das oportunidades e estratégias de acção.

O terceiro painel subordinado ao tema “Navegação Segura: Uma Questão de Educação” teve a participação de Maria José Loureiro, da Universidade de Aveiro que abordou aspectos relacionados com a navegação consciente e esclarecida, redes sociais e a forma de evitar alguns perigos a que os jovens, em idades vulneráveis, estão sujeitos e o papel da escola na educação para estes aspectos, nomeadamente o programa “Seguranet” da ERTE/DGE.

Por sua vez, Alvim Braga, inspector da Polícia Judiciária, alertou para os perigos que a generalidade das pessoas, mas muito particularmente os jovens, corre ao utilizar a net, pois deixam-se aliciar por falsas promessas e encontros, pondo a sua segurança em perigo. Indicou alguns cuidados a ter, entre os quais, a mudança periódica da palavra passe.

O quarto painel, subordinado ao tema “Desafios da leitura: do Saber ao Partilhar” teve a participação de Marisa Pedrosa, professora bibliotecária da Escola Básica de Vale de Ferreiros-Gondomar, que falou da biblioterapia, isto é, do papel da leitura como catarse das emoções e de auto-conhecimento, partindo do livro, ou seja, do texto narrativo ficcional como ponte de comunicação com o leitor.

Por sua vez, Florinda Bogas, da Escola Secundária de Barcelinhos, Joaquim Areias Duarte e Artur Durão, da Escola Secundária Alcaides de Faria e Isabel Veloso, ex-aluna deste estabelecimento de ensino, falaram do projecto editorial Antologia Poética do Chã, livro que resultou duma parceria entre estas duas escolas, apoiada pela autarquia barcelense, tendo a primeira escola elaborado os poemas e a segunda as ilustrações, com a colaboração dos alunos.

No segundo dia, sábado, dia 10 de Março, realizaram-se dois painéis. O primeiro, subordinado ao temawww.Literaciadigital.pt, teve a participação de Evandro Morgado, professor bibliotecário do Agrupamento de Escolas Bento Carqueja, em Oliveira de Azeméis, que falou das “leituras de vidros”, isto das novas tecnologias aplicadas à produção de livros, de que é exemplo “O Mistério da Rainha Roxa”, livro que escreveu em co-autoria com a sua esposa, e que reflete já a aplicação das TIC, pois traz uma pen que permite a interactividade com o leitor.

Por sua vez, Carlos Pinheiro, professor bibliotecário do Agrupamento de Escolas Padre Alberto Neto, em Rio de Mouro-Sintra, falou de “Leituras no Livro de Areia”, isto é, de novas formas de leitura, dos ebooks, dos livros electrónicos e dos vooks, filmes.

O segundo painel, subordinado ao tema “Entrelivros: como se leu e como se lê” teve a participação de Fernando Pinto do Amaral, professor, poeta e ensaista, que defendeu as chamadas humanidades, isto é, o ensino da literatura, que nos dá uma visão do mundo muito própria. Salientou ainda que é fundamental as competências linguística e literária, devendo-se orientar e estimular os trabalhos originais dos alunos, para que investiguem e leiam. No fundo, trata-se de criar rotinas de leitura. O Comissário do Plano Nacional de Leitura anunciou ainda que o PNL vai elaborar listas de autores clássicos, universais e portugueses.

Por sua vez, João Manuel Ribeiro, professor, poeta e editor, falou de como se deve sentir e compreender a literatura, destacando alguns linhas pedagógicas, a importância do texto e da sua leitura, o carácter individual da resposta e o papel construtivo dos sentimentos. Sobre a leitura, destacou que esta deve ser uma actividade regular e continuada.

Este II Encontro de Bibliotecas Escolares terminou com a realização de quatro workshops, de escrita criativa com recurso à web e a 3D, três caminhos para escrever mais e melhor, produção de ebooks e de animação com riso.